Heródoto e Tucídides configuram, para antigos e modernos, um par fundador de um gênero de escrita em prosa – a historiografia. Desde os séculos helenísticos até os do Império Romano – passando por Políbio, Cícero, Dioniso de Halicarnasso, Plutarco e Luciano, dentre outros – refletir sobre a prática historiográfica foi, constantemente, traduzido por refletir sobre Heródoto e sobre Tucídides. E tal identificação de Heródoto e Tucídides como polos – dos quais se enfatizou ora as semelhanças, ora as diferenças – de um par fundador se prolongou nos séculos da Renascença, das Luzes e alcançou os do Positivismo. Reunindo trabalhos produzidos por pesquisadores do Brasil, Venezuela, México, Portugal, Espanha, Itália e França, este livro pretende destacar os modos específicos e complementares de escrita da história em Heródoto e em Tucídides e, ainda, os modos como foram ambos lidos pela tradição que os consagrou como fundadores de um novo gênero e de uma nova ciência.